segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Inteligência prática e sabedoria prática.

No texto “Inteligência prática e sabedoria prática”, Dejours conceitua inteligência como sendo uma maior habilidade em lidar com as situações e a capacidade de resolução de obstáculos. Não basta apenas saber. É preciso saber fazer. Este tipo de Inteligência se caracteriza pela capacidade de tomar decisões práticas e está inscrita no seu próprio corpo já que é através deste que seus insights se manifestam na resolução de um possível problema ou na realização desejável do trabalho exigido.

A inteligência, portanto, sofre influência e influencia nas diversas dimensões de trabalho, sendo que tanto a ontologia do sujeito quanto o contexto social/organizacional interferem neste processo. Assim, Dejours constata que existem novas formas de se encarar o trabalho, através de diferentes inteligências que são concebidas hoje.  Nesse sentido, o autor destaca ainda as inteligências corporal cinestésica e austuciosa. A inteligência corporal cinestésica enxerga o próprio corpo enquanto recipiente do senso do 'eu' dos indivíduos e enquanto entidade, na medida em que é visto pelo outro e reconhecido por ele. A inteligência astuciosa, por sua vez, encontra-se enraizada no corpo, possuindo intenso poder criador e presente em todas as atividades e tarefas realizadas no contexto do trabalho. Exemplos deste tipo de inteligência são elementos como: malandragem, improviso, trapaça, etc. É bastante renegada, não sendo sequer reconhecida como uma forma de inteligência.

Dejours traz, por fim, o sofrimento como criador, uma vez que a inteligência austuciosa nasce do sofrimento – por ser renegada –  e através do trabalho, o sujeito pode canalizar toda sua carga pulsional para uma melhor execução do seu trabalho.

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