qualquer área de intervenção psicológica. (ZIMERMAN, 1997). De acordo com Osório
(2003), em um país pobre e populoso como o Brasil, a utilização do recurso grupoterápico
mostra-se como uma alternativa para atuação dos psicólogos em diversos contextos, podendo
ser destacado, por exemplo, grupo de apoio às famílias, especificamente, para o presente
estudo, famílias adotivas.
A adoção vem se mostrando cada vez mais presente e aceita nos contextos sociais,
pois, frequentemente, são encontrados sujeitos que procuram essa alternativa como forma de
constituição familiar (VARGAS, 1998). Para Santos (2004), a efetivação de uma adoção no
Brasil é, sem dúvida, um evento gerador de ansiedade e expectativa, tanto para a família
adotiva, como para o adotado. Corroborando com os autores Schettini, Almeida e Dias
(2006), fazendo referência à dimensão afetiva, ressaltam que a maneira como os sentimentos
são vivenciados e enfrentados pelos pais adotivos são relevantes para a construção de atitudes
flexíveis e acolhedoras ou defensivas e evitáveis com relação à adoção.
Tendo esses expostos como referenciais teóricos, no ano de 2006, a partir de uma
demanda diferenciada de pacientes que procuraram atendimento psicológico na clínica-escola
da Universidade Sagrado Coração (USC), houve a possibilidade de início de um trabalho de
apoio grupal destinados a esses pacientes. O referido grupo com queixas convergentes eram
compostos por famílias que passaram pelo processo de adoção e apresentavam queixas tais
como dificuldades em lidar com os filhos adotivos, o processo de adoção, como revelar ao
filho que este é adotado, medo e insegurança com relação à família biológica, futuro da
criança, dentre outros. Com relação às queixas apresentadas, Reppold e Hutz (2003) ressaltam
que essas são semelhantes e recorrentes nos casos de famílias adotivas.
Para tanto, a formação do grupo de apoio neste contexto teve como objetivos
proporcionar a possibilidade para que famílias, em situações semelhantes, pudessem trocar
experiências, bem como receberem apoio no sentido de clarificar melhor o seu momento,
lidando de forma mais elaborada com a problemática relacionada ao filho adotivo. Duas
questões podem ser levantadas sobre a atenção psicológica a pais adotivos. A primeira é que,
de acordo com Souza (2008), atualmente, a mídia está divulgando cada vez mais o tema da adoção por meio de novelas e programas que visam conscientizar a população para a
importância do tema. E a segunda é que, em contraponto com a primeira, refere-se às escassas
publicações científicas nacionais, principalmente, na área da psicologia.
A partir dos expostos, os objetivos deste estudo centram-se na verificação da eficácia
nos atendimentos do grupo de apoio a pais adotivos com periodicidade semanal de
atendimento entre os anos de 2006 e 2008, como anteriormente apresentado, e a análise de
temáticas de interesse a esse contexto.
Instrumentos de pesquisa:
Entrevista Clínica Para Pais Adotivos (CARDOSO; AMARANTE; SANTOS, 2006).
A Entrevista Clínica para Pais Adotivos é composta por itens referentes à identificação
do grupo familiar e o gerenciamento de questões relativas ao processo de adoção. O roteiro de
entrevista é divido em quatro grupos de perguntas: “Dados Pessoais”, “Processo de adoção”,
“Situação Familiar” e “Especificação da Temática”.
Inventário de Eficácia do Trabalho Grupal Com Pais Adotivos (CARDOSO; AMARANTE;
SANTOS, 2008).
O Inventário de Eficácia do Trabalho Grupal com Pais Adotivos é composto por 15
itens respondidos por meio de duas opções de respostas. Os itens do instrumento foram
construídos com base em três categorias: “Crenças sobre a Intervenção em Grupo”, “Reflexos
do Grupo para as Mães Adotivas” e “Crença das Mães sobre as Expectativas em Relação aos
Filhos Adotivos”.
Plano de análise de dados:
Os dados foram analisados à luz da estatística descritiva. Foram estudados os dados de
identificação dos participantes e das respectivas famílias das mães atendidas no grupo de pais
adotivos. Foram considerados como relevantes tanto informações relacionadas à amostra
estudada, bem como vetores importantes no processo de adoção.
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